Conta-se que os índios Cherokees, nos Estados Unidos, tinham algumas restrições em relação a serem fotografados, pois acreditavam que a alma da pessoa era captada neste momento. Por isso, era preciso que houvesse a permissão do modelo para que, então, a alma fosse ‘entregue’ ao fotógrafo.
Acredito que a minha relação com o Manoel seja parecida com isso, pois, ao comparar as fotos que tirei há 11 anos com as mais recentes, não apenas percebo as novas rugas e a idade, mas reconheço o quanto minha alma amadureceu neste período. Desde o primeiro ensaio, voltei ao estúdio a cada dois anos e, hoje, posso notar as sutis mudanças do tempo em mim: à medida que envelheci, meu sorriso se tornou mais divertido e a minha seriedade mais amena.
Meu primeiro contato com Manoel foi em busca de um ensaio com meu filhos, na época, com 3 e 9 anos. As fotos foram, sem dúvida, as mais bonitas de toda a minha vida. Elas nunca perderam lugar na decoração de minha casa e nunca vão perder o posto do verdadeiro retrato do que é a família para mim (apesar de estar recebendo em breve mais um membro para família). Isso acontece por que ele tem a capacidade de captar a essência daquele momento. De qualquer momento.
Atualmente, continuo fotografando com ele de tempos em tempos, por motivos profissionais. Trabalho com a minha imagem e preciso ter certeza de que as fotos me retratam com honestidade. Não posso surpreender ninguém ao chegar para um compromisso e não corresponder com o homem retocado da foto, do site. Posso não ser a pessoa mais bonita naquelas fotos, mas, com certeza, mostro o que há de mais bonito em mim. E isso basta.
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